top of page

HISTÓRIA

Foi este Grupo de grandes Homens da nossa Maia, que em 27 de novembro do ano de 1954 fundou esta nobre Instituição. Passado meio século, queremos recordar os seus nomes como forma de homenagem e agradecimento por tudo o que fizeram em prol da população Maiata.
 
Os nossos Irmãos Fundadores:
 
Albino Silva Martins Moreira
Alfredo Martins Correia Silva
António Baptista, Dr.
António Luís Rocha Ribeiro
António Martins da Costa Maia, Dr.
António Moreira Lagoa
António Silva Pato Júnior
Augusto Ferreira Moutinho Ramos
Carlos Pires Felgueiras, Dr.
Carlos Silva Mouta, Dr.
Daciano Alvares Silva Quintela, Dr.
Evaristo Silva Duarte
Fernando Almeida
Fernando Araújo Barros, Dr.
Germano Vieira Silva Torres, Dr.
João Cavaleiro Sobral Mendes, Dr.
Joaquim Alves Andrade Dias, Dr.
José Afonso Moreira de Figueiredo, Engº.
José Joaquim Sousa Maia
José Rodrigo Santos Carvalho, Engº.
Luciano Silva Barros
Rodrigo Gonçalves Costa Lage
 
Primeiros Irmãos efetivos:
 
Abílio Costa Mendes
Albino da Costa Mendes
Alcindo Almeida
Amadeu Ferreira Almeida Costa
Américo Santos Quelhas
António Augusto G. Costa Lage
António Ferreira Costa Maia
António Maia Aroso
António Oliveira Barros
António Sousa Volta
Armando Nogueira Silva
Artur Raul Oliveira Marques
Augusto Costa Senra
Carlos Oliveira Campos
Coronel Carlos José Moreira
Domingos Nogueira da Costa
Ernesto Santos Ribeiro
Isolino Domingos Silva
Jerónimo Inácio Pinho
Joaquim Luís Dias de Almeida
Joaquim Moreira Ramos
José Pinheiro Duarte, Padre
Manuel Marques de Carvalho
Samuel Gramaxo
 
Primeiros órgãos sociais
 
MESA ADMINISTRATIVA
 
Joaquim Alves Andrade Dias, Dr. - Provedor
José Afonso Moreira de Figueiredo, Eng. - Secretário
Fernando de Araújo Barros, Dr. - Tesoureiro
Rodrigo Gonçalves Costa Lage
João Cavaleiro Sobral Mendes, Dr.
José Joaquim de Sousa Maia
Daciano Alvares da Silva Quintela, Dr.
Augusto Ferreira Moutinho Ramos
António Baptista, Dr.
Alfredo Correia Silva
António Moreira Lagoa
 
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
 
Carlos Pires Felgueiras, Dr. - Presidente
José Rodrigues dos Santos Carvalho, Eng. - 1º Secretário
António Martins da Costa Maia, Dr. - 2º Secretário
 
1955 - primeiro património da Misericórdia - Posto Hospitalar
 
A Santa Casa da Misericórdia da Maia foi fundada em 27 de novembro de 1954. O concelho da Maia era, na altura, essencialmente rural, carecido de todas as estruturas básicas e com enormes carências sociais. Vivia-se a crise emergente do pós-guerra.
Na área de intervenção social existia, nesse tempo, em funções no concelho, uma Comissão Municipal de Assistência que, com grande empenho e espírito de solidariedade, fazia o que lhe era possível para minimizar as mais graves situações sociais.
 
Foi esta Comissão, por onde ao longo de alguns anos passaram grandes Homens, de reputado conceito moral e político do nosso concelho, quem adquiriu o terreno e construiu um pequeno posto hospitalar, que bons serviços prestou à população Maiata na área dos cuidados primários de saúde, apenas servida então pelo Hospital de Santo António, no Porto.
 
Devemos aqui recordar que esta Comissão praticamente não tinha apoios e os recursos financeiros eram escassos. Foi necessário recorrer a algumas iniciativas junto das populações para angariar o dinheiro para a compra dos terrenos. Uma das maiores dessas iniciativas foi o Cortejo de Oferendas, realizado em novembro de 1953, que suscitou grande adesão popular e teve a ajuda de quase todas as Juntas de Freguesia do Concelho.
 
O valor apurado neste grande Cortejo de Oferendas foi de 92.833$00. Comprou-se então, à Família Laracho, uma parcela de terreno com 3.155,00 metros quadrados, pelo valor de 63.115$60 e à Família Calheiros outra parcela, pelo preço de 57.500$00, onde ainda hoje se encontra instalada a sede da Misericórdia.
 
Igualmente por iniciativa desta Comissão Municipal de Assistência foi fundada a Santa Casa da Misericórdia da Maia, tendo o respetivo compromisso sido ratificado por Despacho de sua Excelência o Subsecretário de Estado de Assistência Social, publicado no Diário do Governo nº 279, III série, de 27 de novembro de 1954.
 
O primeiro Provedor foi o Exmo. Senhor Dr. Joaquim Alves Andrade Dias, servindo como Secretário o Exmo. Senhor Engº. José Afonso Moreira de Figueiredo e como Tesoureiro o Exmo. Senhor Dr. Fernando de Araújo Barros.
 
Sem instalações próprias e sem nenhuns recursos financeiros, a Santa Casa da Misericórdia da Maia nasceu do nada. Apenas com a boa vontade desse grupo de Grandes Homens, o seu trabalho e grande generosidade, conseguiu a Instituição pôr em marcha a sua atividade social, que embora reduzida, era importante junto da população mais carenciada, a quem eram oferecidos alimentos, medicamentos, subsídios de renda e outras ajudas quotidianas.
 
O seu orçamento era reduzidíssimo, funcionando a novel Instituição quase exclusivamente na base de trabalho prestado voluntariamente. Foi à custa de imensos sacrifícios e torneando grandes dificuldades, que foi conseguindo ganhar forma e crescer pouco a pouco.
 
Em abril de 1955, a Comissão Municipal de Assistência, na altura presidida pelo Exmo. Senhor Domingos Nogueira da Costa, deliberou transferir para a Santa Casa da Misericórdia da Maia o Posto Hospitalar e todo o terreno envolvente. Cumpridas todas as formalidades burocráticas, foi assinado o auto de transferência em 7 de março de 1956.
 
A partir daqui a Misericórdia da Maia tomou consciência da grandeza da sua missão de solidariedade ao serviço da Comunidade Maiata. À medida que a sua ação se desenvolvia, as suas instalações foram-se tornando exíguas e incapazes de corresponder às solicitações.
 
Sem Beneméritos e com os apoios oficiais escassos, a Mesa Regedora de então, para abreviar o problema, meteu mãos à obra e, a custo, conseguiu erguer uma casa maior, à qual, orgulhosamente chamava “o seu hospital” e cuja frontaria hoje se mantém.
 
Assim se passaram os primeiros 20 anos, com entusiasmo e vontade de crescer, para cada vez melhor poder ajudar os mais frágeis e desvalidos.
 
A comemoração da sua primeira vintena de anos coincide com a Revolução de Abril de 1974, cujos exageros iniciais acabaram por escrever uma página negra na história do movimento das Misericórdias e, também, particularmente, na história da Misericórdia da Maia.
 
Era, ao tempo, seu Provedor, o Senhor Dr. Daciano Quintela, que viu e sentiu os fervores revolucionários espoliar a Misericórdia do seu património e amordaçá-la na sua ação.
 
Durante alguns anos a Misericórdia viveu praticamente na clandestinidade sem, porém, alguma vez ter perdido o seu sentido humanitário.
 
Em 1976 foi designado Provedor o Senhor Dr. Joaquim Rocha Moreira.
 
Passado o período revolucionário e começando a democracia a consolidar-se por todo o país, o património da Santa Casa foi restituído. Como compensação, foi-lhe concedido um subsídio de 500 contos, que permitiu a retoma da sua normal atividade.
 
É neste virar da página da vida da Santa Casa da Misericórdia da Maia que é eleito Provedor, em 1981, o Senhor Professor Doutor José Vieira de Carvalho, então também Presidente da Câmara Municipal.
É a partir desta data que a Misericórdia não mais deixou de crescer porque o jovem Vieira de Carvalho, na altura com 43 anos, traçou uma fasquia muito alta para o futuro da Santa Casa. Como afirmou na altura o Vice-Provedor Senhor Carlos de Oliveira Campos, “para o Doutor Vieira de Carvalho a Câmara Municipal era o corpo da Maia e a Misericórdia a sua alma.” E sendo a alma da Maia, a Misericórdia tinha que crescer ao mesmo ritmo do corpo. Tinha de acompanhar o crescimento da Maia em todas as suas dimensões.
 
E assim foi, realmente ao longo dos 21 anos em que foi seu Provedor o Doutor José Vieira de Carvalho. A Santa Casa cresceu a um ritmo alucinante, passando de zero funcionários para os mais de quatrocentos de hoje, que, distribuídos pelas diversas valências, prestam um dos melhores serviços sociais da Maia. Foi sob a Provedoria de Vieira de Carvalho que iniciaram atividade grande parte das atuais valências da Misericórdia. 
É ao grande homem e grande Maiato, ao seu entusiasmo, ao seu saber, à sua capacidade de trabalho, que se deve todo este crescimento em benefício da solidariedade e da defesa dos mais desfavorecidos.
 
O Prof. Doutor José Vieira de Carvalho faleceu a meio do mandato do triénio 2000 a 2002, mais precisamente em 1 de junho de 2002. O seu inesperado desaparecimento foi uma perda irreparável para a Santa Casa da Misericórdia. Ele tinha em curso grandes projetos e lançara-se, como sempre fazia, em grandes desafios, que não paravam de surgir. Um desses maiores desafios passava pela criação de um grande Hospital na Maia que servisse os Maiatos na área da saúde, com qualidade, e para o qual já tinha a Câmara Municipal doado à Santa Casa o respetivo terreno.
 
O Doutor José Vieira de Carvalho sempre lutou com todas as suas forças, sem nunca desistir, para concretizar aquele que era o seu maior sonho que, infelizmente, não conseguiu ver realizado.
 
A Santa Casa da Misericórdia da Maia não pode deixar de se curvar perante esta grande figura, na convicção de que dificilmente será igualada a sua capacidade e disponibilidade. Restará tudo fazer para honrar a sua memória, continuando a sua Obra.
 
Com o desaparecimento do Provedor Doutor José Vieira de Carvalho, assumiu o cargo, por cooptação, o Vice-Provedor Senhor Fernando de Almeida, outra figura histórica desta Santa Casa. Para além de ser um dos seus Fundadores, sempre esteve, ininterruptamente, ligado à Instituição. Ao longo da história da Misericórdia desempenhou vários cargos. Foi Mesário, Secretário, Vice-Provedor. Foi o braço direito do Prof. Doutor José Vieira de Carvalho, de quem sempre foi fiel amigo e dedicado colaborador, tendo-o acompanhado nos bons e nos maus momentos da sua vida, desde 1968 até ao dia do seu desaparecimento.
 
Em finais de 2002 realizam-se novas eleições e em janeiro de 2003 tomou posse uma nova Mesa Regedora para o Triénio 2003 a 2005, sendo Provedor o Senhor Fernando de Almeida que, apesar dos seus 84 anos, a todos surpreendeu com a sua juventude e capacidade de trabalho.
 
Em 2004, com eventos singelos mas plenos de sentimento, comemorou-se o Cinquentenário da Fundação da Santa Casa da Misericórdia da Maia, homenageando-se as figuras que a ajudaram a nascer e a crescer.
 
50 anos de história, recheada de dificuldades, mas também de muita dedicação ao próximo. Dessa dedicação nasceram, de partos difíceis, diversas instituições que são, justamente, o orgulho da Misericórdia da Maia e das comunidades servidas, tal a qualidade dos serviços que prestam, sempre imbuídas do espírito de Misericórdia.
 

Em dezembro de 2005, com o final do mandato, o Provedor, Irmão Fundador e Benemérito Fernando de Almeida entendeu por bem não se recandidatar ao exercício de cargos nos Corpos Sociais da Santa Casa da Misericórdia da Maia. Continuou, porém, até ao seu falecimento em 30 de outubro de 2018 (com 100 anos de idade) a acompanhar e a participar na vida da sua Misericórdia, servindo de inspiração e exemplo para todos os que servem a Instituição. 
 
Para o triénio 2006/2008, foi eleita Provedora a Senhora Professora Maria de Lurdes da Costa Almeida Rebelo Maia, cujo amor pela Misericórdia nasceu no berço, estando inclusive presente na vida da Instituição desde tenra idade pois participou no citado Cortejo de Oferendas realizado em 1953.
 
Mercê da sua competência, da sua dedicação e espírito de sacrifício patente no trabalho diário em prol da Misericórdia, seja junto dos Serviços Administrativos da Sede, seja junto das várias respostas sociais da Instituição, seja representando-a onde seja necessário, foi reconduzida no Cargo para os triénios 2009/2011 e 2012/2014 e quadriénios 2015/2018 e 2019/2022.
 
A equipa liderada pela Senhora Provedora, que se tem mantido estável, constituída por um conjunto de homens e mulheres que igualmente se têm disposto ao sacrifício das suas vidas pessoais, profissionais e familiares para servir a Instituição em total voluntariado, continua a enfrentar os desafios colocados por uma sociedade que, mercê das crises económicas e da alteração dos modelos de relações familiares e interpessoais, reclama crescente intervenção junto dos mais desfavorecidos e desprotegidos, ao mesmo tempo que disponibiliza menores recursos para o efeito. Procurando garantir a sua estabilidade, a Instituição não deixa de almejar servir mais e melhor a população, investindo criteriosamente dentro das suas possibilidades. Como exemplos, poderemos referir a obra de remodelação e ampliação do Centro Social de Milheirós, concluída em 2012, a construção da Creche Ponte de Moreira, concluída em 2014, e os diversos projetos que a Misericórdia vai lançando e colocando ao serviço da população.
 
O caminho faz-se caminhando e a Santa Casa da Misericórdia da Maia vai continuar o seu percurso, cumprindo o seu objetivo: servir e ajudar a população, preferencialmente a mais frágil.
 
Que Nossa Senhora da Misericórdia ajude todos os que voluntaria e graciosamente se disponham a servir a Santa Casa da Misericórdia da Maia, mas também aqueles que, mais do que uma profissão, desempenham nesta Misericórdia uma missão, para que em 2054 possam comemorar os cem anos desta nobre Instituição, com a certeza de que o objetivo foi cumprido!
 

bottom of page